A possível morte por metanol na Paraíba acendeu um alerta em todo o estado e colocou as autoridades em mobilização. O laudo que deve confirmar se o falecimento de Rariel Dantas, de 32 anos, foi causado por intoxicação por bebida adulterada com metanol, deve ser concluído até segunda-feira (6), segundo informou a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Este é o primeiro caso de morte por metanol na Paraíba em investigação.

De acordo com o secretário de Saúde, Ari Reis, as amostras foram coletadas com a presença do Instituto de Polícia Científica (IPC) e encaminhadas para análise. “Esperamos que o laudo seja emitido em até 48 horas e já temos previsão de agenda na SES para elucidar o caso”, afirmou o secretário.

Internação e sintomas da intoxicação por metanol

Rariel havia consumido bebida alcoólica nos últimos três dias. Ele foi atendido inicialmente no Hospital Regional de Picuí e, depois, transferido para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, onde morreu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias.

Os sintomas da intoxicação por metanol — como náuseas, vômitos, dor abdominal, visão turva e confusão mental — aparecem de forma rápida e podem evoluir para coma e morte se o tratamento não for imediato. O caso de morte por metanol na Paraíba reforça a necessidade de atenção ao consumo de bebidas sem procedência.

Fiscalização e combate às bebidas adulteradas

Após a morte de Rariel, a Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) e a Polícia Civil realizaram operações em Baraúna, cidade natal da vítima, e também em Picuí, onde a bebida teria sido adquirida. O objetivo é identificar locais de venda e fabricação de bebidas adulteradas com metanol.

A SES orienta que a população não consuma bebidas de origem desconhecida e denuncie estabelecimentos suspeitos. As denúncias podem ser feitas à Agevisa-PB pelo telefone (83) 3218-7119 ou às delegacias da Polícia Civil.

O que é o metanol e por que ele mata

O metanol é um álcool industrial utilizado em combustíveis e solventes, mas é tóxico para o consumo humano. Quando ingerido, o corpo o transforma em formaldeído e ácido fórmico, substâncias que causam cegueira, falência renal, colapso respiratório e parada cardíaca.

A morte por metanol na Paraíba é um alerta de que bebidas falsificadas continuam circulando em várias regiões do país, oferecendo risco real à vida.

Situação nacional: mais de 120 casos no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, já são 127 notificações de intoxicação por metanol no Brasil, com 11 casos confirmados e duas mortes em São Paulo. O ministro Alexandre Padilha anunciou a compra emergencial de 2.500 doses de fomepizol, medicamento que atua como antídoto para intoxicação por metanol.

“O Brasil está preparado para responder a esses casos. Estamos fortalecendo a vigilância e garantindo acesso ao antídoto em todo o território nacional”, afirmou Padilha.

Como identificar e agir diante do risco

A população deve redobrar os cuidados. Toda bebida sem rótulo, sem lacre de segurança ou vendida em embalagens reaproveitadas deve ser considerada suspeita.

Os sintomas de intoxicação por metanol surgem entre 6 e 24 horas após o consumo e incluem dor de cabeça, tontura, náusea, dor abdominal e visão embaçada. Diante desses sinais, o paciente deve procurar atendimento médico imediatamente, pois o fomepizol só tem efeito se administrado nas primeiras horas após a ingestão.

Um alerta para a soberania e para a vida

A possível morte por metanol na Paraíba mostra como o descuido com bebidas clandestinas pode custar vidas e como a fiscalização precisa ser constante. A tragédia também evidencia a necessidade de políticas públicas firmes, capazes de coibir a falsificação de bebidas e de punir os responsáveis pela adulteração.

Enquanto o laudo não é divulgado, as autoridades reforçam o alerta: “o barato pode sair muito caro”. Em um estado que valoriza a cultura, as festas e a convivência, é fundamental que a alegria não se transforme em luto.

O caso de morte por metanol na Paraíba deixa uma lição clara: a prevenção é o único antídoto realmente eficaz.