O caos na saúde de Campina Grande continua sendo tema de forte debate na Câmara Municipal. Durante a sessão desta quarta-feira (29), a vereadora Jô Oliveira (PCdoB) denunciou a precariedade dos serviços de saúde e a falta de transparência na gestão dos recursos públicos destinados ao setor.
A parlamentar relatou que esteve na Policlínica Francisco Pinto, no Centro da cidade, e encontrou uma realidade preocupante: falta de medicamentos e problemas estruturais. Segundo Jô, a unidade passou recentemente por reforma, mas já apresenta sinais de deterioração.
Ela questionou a qualidade das obras realizadas pela Prefeitura e a forma como o dinheiro público vem sendo aplicado. “A gente encontra uma estrutura recém-reformada precisando de reparos, falta de insumos e de medicamentos, especialmente os voltados à saúde mental. É a confirmação do que a população tem denunciado diariamente”, destacou.
Durante o discurso, Jô Oliveira também trouxe à tona um novo pedido de suplementação orçamentária de R$ 95 milhões enviado pela Prefeitura à Câmara Municipal. Desse total, R$ 84,4 milhões seriam destinados ao Fundo Municipal de Saúde. Parte dos recursos, segundo o projeto, seria utilizada para o pagamento do piso da enfermagem.
A vereadora, no entanto, apontou inconsistências na proposta, lembrando que o Governo Federal já havia repassado R$ 4.777.000 para esse mesmo fim no mês de outubro.
Ela questionou a necessidade de uma nova alocação orçamentária para o piso da enfermagem e cobrou explicações sobre o destino dos recursos anteriores. “Por que estamos abrindo mais R$ 2 milhões para o piso da enfermagem se o valor já foi repassado pela União?”, perguntou, chamando atenção para a falta de transparência na execução orçamentária do município.
O caos na saúde de Campina Grande se reflete no cotidiano da população, com postos sem medicamentos, profissionais enfrentando atrasos salariais e estrutura precária nas unidades de atendimento. Para Jô Oliveira, a situação evidencia a urgência da instalação de uma CPI da Saúde, proposta já defendida por outros vereadores da oposição.
A parlamentar também criticou a postura da gestão municipal, que, segundo ela, se mantém distante das discussões sobre o tema. Durante sua fala, Jô destacou que a Câmara é chamada a votar suplementações milionárias sem qualquer detalhamento sobre a aplicação das verbas anteriores, como a de R$ 60 milhões, aprovada recentemente.
A ausência de respostas da Prefeitura e dos secretários municipais reforça a insatisfação da população, que enfrenta o colapso dos serviços públicos de saúde. “Enquanto os problemas se acumulam, a prefeitura volta a pedir mais dinheiro sem dizer onde o anterior foi aplicado. É preciso transparência e responsabilidade com o dinheiro do povo”, afirmou a vereadora.
Enquanto isso, a crise na saúde pública campinense segue atingindo quem mais precisa: os pacientes das unidades básicas e dos hospitais municipais.
	    
	  	  
			
		
		
		
                                        
                        
                        

