A pichação nazista na UEPB teve um novo desdobramento nesta quinta-feira (31). Um jovem de 20 anos foi preso pela Polícia Civil da Paraíba, na cidade de Pocinhos, suspeito de ser o autor da pichação de uma suástica nazista em um banheiro da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), além de divulgar conteúdos de ódio e material extremista nas redes sociais.
A prisão preventiva foi realizada por equipes do Núcleo de Homicídios – Grupo Tático Especial (NHPP-GTE) de Juazeirinho, em cumprimento a um mandado expedido pela 3ª Vara de Garantias de Campina Grande. A ação integra a Operação Alba Rosa, nome que faz referência ao movimento de resistência pacífica alemão contra o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.
Segundo a Polícia Civil, a investigação da pichação nazista na UEPB foi assumida em caráter especial após denúncia encaminhada pela Reitoria da universidade, em abril deste ano. O caso chamou atenção das autoridades por envolver símbolos e discursos de ódio ligados ao nazismo dentro de uma instituição pública de ensino.
O suspeito já havia sido investigado pela Polícia Federal em uma operação que apurava atos preparatórios de terrorismo. As provas obtidas naquela ação foram compartilhadas com a Polícia Civil e reforçaram os indícios de sua autoria nos crimes de apologia ao nazismo e incitação à violência.
Após o cumprimento do mandado, o jovem foi conduzido à Cidade da Polícia Civil, em Campina Grande, onde permanece preso e deve passar por audiência de custódia.
Relembre o caso
A pichação nazista na UEPB foi descoberta em abril de 2025, no Campus I da Universidade Estadual da Paraíba, em Bodocongó. À época, a reitora Célia Regina confirmou que havia acionado a Polícia Federal e reforçado a segurança no local.
Em nota, a UEPB afirmou que “a utilização de símbolos nazistas é crime” e que todas as medidas cabíveis haviam sido tomadas. No entanto, o comunicado foi alvo de críticas da comunidade acadêmica, que cobrava transparência e punição exemplar ao suspeito, apontado por estudantes como alguém que já havia divulgado conteúdos fascistas e supremacistas nas redes sociais.
Com a prisão do principal suspeito, a comunidade universitária espera que o caso resulte em responsabilização efetiva e sirva de alerta sobre o avanço do extremismo dentro dos ambientes educacionais.
Especialistas lembram que, no Brasil, fazer apologia ao nazismo é crime previsto na Lei nº 7.716/1989, com pena de até cinco anos de prisão. A pichação nazista na UEPB se soma a outros episódios semelhantes registrados em universidades de diferentes estados, o que reforça a necessidade de ações educativas e institucionais firmes para combater o discurso de ódio.
A UEPB ainda não se pronunciou oficialmente sobre a prisão do estudante e sobre a possibilidade de abertura de processo disciplinar interno.
Enquanto isso, o caso reacende o debate sobre liberdade de expressão e responsabilidade social, mostrando que o ódio e a intolerância não têm espaço nas universidades brasileiras.
	    
	  	  
			
		
		
		
                                        
                        
                        

