A Paraíba registrou em setembro o metro quadrado da construção civil mais caro do Nordeste, com um custo médio de R$ 1.817,93, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI).
O levantamento mostra que o estado apresentou uma variação mensal de 3,35% no custo das construções, superando com folga a média regional de 0,66%. No acumulado de 2025, o aumento chega a 5,27%, e nos últimos 12 meses, o avanço foi de 6,86% — números que colocam a Paraíba no topo do ranking nordestino.
Paraíba lidera preço do metro quadrado da construção civil no Nordeste
Entre os nove estados da região, a Paraíba superou Maranhão e Ceará, tradicionalmente entre os maiores custos do setor. O ranking regional aponta:
- Paraíba – R$ 1.817,93
 - Maranhão – R$ 1.811,78
 - Ceará – R$ 1.771,91
 - Piauí – R$ 1.762,18
 - Rio Grande do Norte – R$ 1.744,62
 
O metro quadrado da construção civil na Paraíba ficou 4,2% acima da média nordestina, que foi de R$ 1.744,78 em setembro. Esse desempenho reflete a combinação entre o aumento nos custos dos insumos e o reajuste da mão de obra local.
Custo nacional também aumentou
Em todo o Brasil, o custo médio da construção civil passou de R$ 1.863,00 em agosto para R$ 1.872,24 em setembro, uma variação de 0,50%. Desse total, R$ 1.068,14 correspondem aos materiais e R$ 804,10 à mão de obra.
O IBGE explica que a variação nos preços dos materiais foi de 0,38%, uma leve queda em relação ao mês anterior (0,50%). Já os custos com mão de obra aumentaram 0,65%, também abaixo da variação de agosto (1,18%). Segundo o instituto, o resultado foi influenciado por uma menor quantidade de acordos coletivos firmados durante o período, o que segurou parte dos reajustes salariais.
Mão de obra pesa mais no orçamento
No terceiro trimestre do ano, os custos com materiais de construção acumularam uma alta de 3,20%, enquanto os custos com mão de obra subiram 6,42%. Em 12 meses, os aumentos chegam a 4,79% e 6,66%, respectivamente.
Esses dados revelam que, apesar da desaceleração nos preços dos materiais, a pressão salarial continua sendo um dos principais fatores que elevam o custo total das construções. Em estados como a Paraíba, o aquecimento do setor e o aumento da demanda por novos empreendimentos também contribuíram para encarecer os serviços.
Impacto regional e perspectivas
Para especialistas, o fato de o metro quadrado da construção civil na Paraíba ser o mais caro do Nordeste demonstra a força do mercado imobiliário do estado, especialmente em cidades como João Pessoa e Campina Grande, onde o ritmo de obras e lançamentos se mantém em alta.
No entanto, o aumento constante nos custos pode representar um desafio para construtoras e compradores. “O encarecimento da construção pressiona os preços dos imóveis e pode afetar novos investimentos, especialmente em moradias populares e obras públicas”, explica um economista do setor ouvido pelo g1 PB.
O cenário nacional também mostra disparidades: o Centro-Oeste teve a maior variação mensal entre as regiões, com 1,90%, impulsionada por reajustes em categorias profissionais no Mato Grosso, estado que registrou a maior alta do país, de 5,45%.
Enquanto isso, o Nordeste segue com custos crescentes e forte influência do setor de serviços. Na Paraíba, o desafio será equilibrar o crescimento da construção civil com políticas de incentivo que amenizem os impactos do aumento de preços.
	    
	  	  
			
		
		
		
                                        
                        
                        

