Na manhã desta sexta-feira (11), a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão no município de Pocinhos, no interior da Paraíba, contra um estudante da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), suspeito de divulgar conteúdos extremistas e discursos de ódio em redes sociais e fóruns online. A ação faz parte da Operação Leviatã, que tem como foco atos preparatórios de terrorismo e incitação ao ódio com motivações raciais e étnicas.
O investigado, de 19 anos, não teve o nome divulgado pela corporação. Ele frequenta um dos campi da UEPB em Campina Grande. A investigação teve início após um relatório enviado pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, que apontava a participação do estudante em ambientes digitais com mensagens de teor extremista, incluindo menções a ideologias intolerantes e possíveis ações violentas.
Durante o cumprimento do mandado, foram apreendidos celulares, mídias digitais, dispositivos de armazenamento e peças de vestuário com temática militar, como uma calça camuflada, jaqueta, boina, suspensório e luva. A PF não detalhou, até o momento, a ligação direta desses objetos com os conteúdos investigados.
A Polícia Federal informou que o objetivo da operação é prevenir possíveis ataques e evitar que discursos de ódio se convertam em ações concretas. A investigação segue em fase inicial e não houve prisões. O material apreendido será analisado para verificar a extensão do envolvimento do universitário e a existência de conexões com grupos organizados.
Relembre o caso do aluno da UEPB que disseminava mensagens de ódio
estudante da UEPB suspeito de extremismo
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) se manifestou oficialmente, nesta quinta-feira (3), sobre as pichações e adesivos de cunho fascista encontrados no Campus I, em Bodocongó, Campina Grande. Em nota assinada pela reitora Célia Regina, a instituição confirmou que acionou a Polícia Federal para investigar o caso e que reforçará a segurança no local. No entanto, o comunicado não esclarece quais medidas serão tomadas contra o suspeito apontado pela comunidade acadêmica.
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“A utilização de símbolos nazistas é crime, e a legislação brasileira prevê punições para pessoas que fazem apologia ao nazismo. Informamos que tomamos todas as medidas cabíveis para coibir essas ações na UEPB, inclusive solicitando ao setor de segurança o reforço no número de profissionais, como também encaminhando ofício à Polícia Federal solicitando investigação e medidas cabíveis, anexando todas as provas e indícios de provas que chegaram até nossas mãos”, declarou a reitora.
Apesar da manifestação, o posicionamento da UEPB foi recebido com críticas pela comunidade acadêmica, que cobram transparência sobre a apuração interna e a possível expulsão do suspeito, que seria um estudante do curso de Biologia que, segundo relatos, já havia divulgado discursos fascistas e supremacistas brancos em redes sociais.
Comunidade exige punição exemplar de pichador da UEPB
A ausência de informações sobre punições ao suspeito gerou insatisfação dentro da universidade. A comunidade defende que a instituição adote uma postura mais firme, garantindo que crimes de ódio não fiquem impunes.
Casos de apologia ao nazismo vêm crescendo em ambientes acadêmicos pelo país, tornando essencial que as universidades implementem medidas rigorosas para coibir tais práticas e proteger a comunidade estudantil. A expectativa agora é que a Polícia Federal conduza a investigação e tome providências concretas contra os envolvidos.