Após declarações sem respaldo teológico e supostas curas milagrosas, pastor mirim que cobrava até R$ 30 mil por pregação é afastado de igrejas e orientado a retomar estudos presenciais.

O jovem missionário Miguel Oliveira, que ganhou notoriedade nas redes sociais por suas pregações e supostas curas espirituais, foi oficialmente proibido de ministrar em igrejas e participar de eventos religiosos. A decisão foi tomada nesta terça-feira (29) em uma reunião realizada na sede do Conselho Tutelar, com a presença dos pais do garoto e de seu líder espiritual, o pastor Marcinho Silva.

A medida não tem prazo para ser revista e também inclui a proibição do uso das redes sociais para conteúdos religiosos, como vídeos com alegações de curas ou revelações espirituais. O afastamento é uma resposta direta à repercussão negativa de vídeos em que Miguel afirma curar doenças graves, como câncer, leucemia e pneumonia, com frases como: “Eu rasgo o câncer, filtro o teu sangue e curo a leucemia”.

Polêmicas e exposição precoce do Pastor Mirim Miguel Oliveira


Miguel, ainda adolescente, admitiu em entrevistas que nunca leu a Bíblia inteira e que, mesmo assim, cobrava até R$ 30 mil para pregar em igrejas, frequentemente inventando línguas estranhas. Seu conteúdo gerou forte reação nas redes sociais e entre líderes religiosos, que criticaram a falta de embasamento teológico e a simulação de manifestações espirituais sem orientação adequada.

O caso levantou preocupações sobre o impacto da superexposição digital na vida de jovens líderes religiosos, especialmente sem o devido acompanhamento psicológico, espiritual e educacional.

Conselho Tutelar age para proteger o adolescente


Além do afastamento das atividades religiosas, o Conselho determinou que Miguel retorne imediatamente às aulas presenciais. Até então, ele estudava de forma remota, algo considerado inadequado diante da pressão e da visibilidade que o jovem passou a enfrentar.

Debate sobre limites da atuação juvenil no ministério


O caso de Miguel Oliveira reacende um debate urgente no meio evangélico sobre os limites da atuação de crianças e adolescentes em funções públicas de liderança espiritual. A fama precoce, aliada à falta de preparo formal e maturidade, pode expor jovens a riscos emocionais e contribuir para a distorção da fé, da doutrina e da autoridade bíblica.

A atuação do Conselho Tutelar, nesse contexto, se mostra fundamental para garantir os direitos da criança e do adolescente, preservando não apenas a integridade de Miguel, mas também a confiança da comunidade religiosa em práticas responsáveis e coerentes com os princípios da fé cristã.