A xenofobia voltou a ocupar o centro do debate nacional após declarações do vereador conservador Mateus Batista (União), de Joinville (SC). Em conteúdos publicados nas redes sociais, incluindo uma parceria com o Movimento Brasil Livre (MBL), o parlamentar defendeu um suposto “controle migratório interno” para restringir a chegada de nortistas e nordestinos a Santa Catarina.

De forma preconceituosa e sem qualquer base legal, o vereador chegou a dizer que a presença de migrantes dessas regiões poderia transformar o estado em um “favelão”. A proposta absurda previa que qualquer pessoa que chegasse a Joinville teria de comprovar residência em até 14 dias, uma ideia considerada inconstitucional e discriminatória por especialistas.

O episódio ganhou ainda mais repercussão porque o MBL decidiu dar palco ao discurso xenofóbico do parlamentar, legitimando uma narrativa que reforça preconceitos históricos contra nortistas e nordestinos. A atuação do movimento, que se apresenta como defensor da liberdade e da democracia, foi amplamente criticada por sindicatos, juristas e movimentos sociais. Muitos consideraram a cena um papel contraditório do grupo, que, ao apoiar esse tipo de fala, acaba servindo como megafone para o ódio e a exclusão.

A repercussão foi imediata: diversas entidades emitiram notas de repúdio, reforçando que migrar dentro do território brasileiro é direito garantido pela Constituição. “O Brasil é um só. Dizer que nortistas e nordestinos fariam o Sul virar um ‘favelão’ é preconceito puro e inaceitável”, afirmaram representantes de organizações sociais.

O caso evidencia como setores da direita conservadora e grupos como o MBL continuam a alimentar discursos de ódio, explorando o preconceito regional para tentar angariar engajamento político. Mais do que um “projeto de lei”, a proposta do vereador foi entendida como um ataque institucionalizado à dignidade de milhões de brasileiros.