O Ministério Público da Paraíba (MPPB) solicitou, nesta sexta-feira (14), a transferência do pediatra Fernando Paredes Cunha Lima — acusado de estuprar crianças durante consultas médicas — de Pernambuco para a Paraíba. O órgão também se manifestou contrário ao pedido de prisão domiciliar feito pela defesa do médico e reforçou a necessidade da manutenção da prisão preventiva.

Fernando Cunha Lima, de 81 anos, foi preso no dia 7 de março em Pernambuco e levado a João Pessoa para apresentação às autoridades, mas retornou no mesmo dia ao Centro de Observação Criminológica e Triagem (COTEL), em Abreu e Lima (PE), onde passou por audiência de custódia no dia 8 de março. A prisão preventiva foi mantida.

O pedido de transferência foi assinado pelos promotores de Justiça Bruno Leonardo Lins e Judith Maria de Almeida Lemos Evangelista. Segundo o documento, além de negar a prisão domiciliar solicitada pela defesa, o Ministério Público pediu a intimação imediata das partes envolvidas para a apresentação das alegações finais, uma vez que a instrução processual foi concluída em novembro de 2024.

Acusações contra o pediatra


A primeira denúncia formal contra Fernando Cunha Lima aconteceu em 25 de julho de 2024, quando a mãe de uma das vítimas relatou à polícia que presenciou o momento em que o médico teria tocado as partes íntimas de sua filha durante uma consulta. Após a denúncia, diversas outras vítimas procuraram a Polícia Civil, incluindo uma sobrinha do médico, que afirmou ter sido abusada por ele em 1991.

De acordo com o Ministério Público, Fernando Cunha Lima responde por estupro contra seis crianças em dois processos distintos: um envolvendo quatro vítimas e outro com duas. Inicialmente, o MP pediu sua prisão preventiva cinco vezes, mas só em novembro de 2024, os desembargadores da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba acolheram, por unanimidade, o recurso apresentado e determinaram a prisão do pediatra.

"A necessidade de impedir possível reiteração delitiva justifica nesse momento e sob minha ótica, a decretação da prisão preventiva, com respeito às demais entendimentos, para garantia da ordem pública", destacou o desembargador Ricardo Vital, ao justificar a decisão.

Fernando Cunha Lima, conhecido por atender várias gerações de crianças em sua clínica particular no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa, é apontado como um criminoso em série que usava a confiança das famílias para cometer os abusos.

O caso segue sob investigação, enquanto o Ministério Público reforça o pedido para que o acusado seja transferido para a Paraíba e continue preso preventivamente até o julgamento final.

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